SERVIR

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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

FELIZ 2011!!!



"Quando chegou a plenitude dos tempos, fixada pelos insondáveis designios divinos, Deus assumiu a natureza do homem para reconciliá-lo com seu criador".
                                                                                                                                                                                                                       São Leão Magno, papa

Que as graças do mistério do Verbo Encarnado nos sejam luz viva no caminho do ser cristão, no cotidiano.

Um Ano Novo copiosamente por Deus abençoado, são os votos sinceros de Carlos Ferraz e Família.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Procurou Maria, encontrou Jesus


Por Lamartine de Hollanda Cavalcanti Neto - 28/12/2010

Um olhar da Virgem Santíssima inunda de alegria um pastorzinho inocente, na Gruta de Belém. A ambição das riquezas apaga nele a lembrança dessa inefável graça. A caminho do Calvário, 33 anos depois, a Mãe de Misericórdia fita-o novamente...
Nos arredores de Belém de Judá, morava um inocente menino hebreu, filho de pastores. Seus pais chamaram-no Sear Jasub em homenagem ao significado profético do nome de um dos filhos do profeta Isaías: "o resíduo que voltará".
Uma noite, Sear estava no campo com seu pai e outros pastores.
Acordou sob efeito de uma encantadora luz. Saiu da tenda e viu todos contemplando maravilhados um coro de anjos luminosos que cantavam: "Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens de boa vontade". Cessada a aparição, seguiu com os pastores para Belém. Não entendia o que se passava, mas sentia na alma uma imensa alegria.
Chegando à cidade, encontraram uma gruta intensamente iluminada.
Um menino de celestial beleza estava deitado numa manjedoura, envolto em panos. A se lado, uma senhora muito jovem, deSAGRADA-FAMILIA-NASCIMENTO.JPGrosto resplandecente. Ela olhou e sorriu para Sear, gravando-lhe na alma esta promessa: "Meu filho, tudo isto um dia retornará para você".
Impossível descrever a paz e o gáudio do inocente pastorzinho!
Esqueceu o que nunca deveria esquecer!
Sear Jasub cresceu. Foi trabalhar com um tio, dono de uma banca de câmbio nos átrios do Templo de Jerusalém.
Ainda jovem e cheio de fé, freqüentava a escola de Gamaliel, entusiasmou-se com João Batista e foi um dos primeiros a receber seu batismo.
Mas... passaram-se os anos e a preocupação dos negócios amorteceu em sua alma a recordação daquele olhar e daquele sorriso.
Com ajuda de alguns fariseus, conseguiu estabelecer sua própria banca.
Relacionou-se também com os saduceus, e casou-se com uma contra-parente de Caifás.
Só uma coisa empanava esse horizonte promissor. Eram as notícias de que um novo e controvertido profeta começava a ameaçar a hegemonia dos fariseus e saduceus, seus amigos.
Entre a admiração e o ódio
Um dia apareceu no Templo um homem seguido por alguns rudes pescadores. Tomando uma corda, fez um açoite e pôs-se a expulsar vendilhões e animais. Quando Sear viu suas mesas derrubadas e suas preciosas moedas espalhadas pelo chão, precipitou-se encolerizado sobre o homem. Fitando, porém, seu rosto, tomou-se de pavor.
Parecia-lhe ver de novo aquele menino da manjedoura, cercado de anjos. Fugiu desconcertado.
Informando-se depois, descobriu que esse homem era o próprio Nazareno.
Sentiu-se perturbado. Queria odiá-lo, mas era propenso a admirá- lo. Suas obras eram portentosas, embora os fariseus garantissem tratar-se de um possesso.
A dúvida crescia no espírito de Sear Jasub. Decidiu abafar a voz da consciência, assumindo uma atitude de neutralidade. Cuidaria apenas de seus interesses pessoais.
Se o Galileu fosse mesmo o Messias, tanto melhor, pois viria o Reino e isso só lhe traria vantagens.
Se não fosse, tudo se desfaria, inclusive aquela sensação de remorso que lhe corroia a alma.
O reencontro
Passaram-se os meses. Numa sexta-feira pela manhã, recebeu uma convocação de Caifás. O "blasfemador" estava preso e seria julgado.
Sear afligiu-se. Mandou dizer que estava de viagem. Como já era seu costume, recorreu ao vinho para acalmar-se e foi passear fora da cidade.
Próximo ao campo do oleiro, viu passar um homem correndo alucinado em direção a umas figueiras próximas, com uma corda na mão.
Era um antigo conhecido seu, chamado Judas.
No caminho de volta à casa, ouviu uma gritaria. Numa curva pouco adiante, surgiram três condenados à morte, cercados pelo populacho que vociferava contra um deles.
Estremeceu, adivinhando de quem se tratava. Era um homem coberto de sangue e ferimentos, com uma coroa de espinhos na cabeça e uma pesada cruz às costas.
Sear desviou por um momento o rosto. Quando olhou novamente, notou que ao lado desse condenado seguia uma senhora resplendente de luz e, ao mesmo tempo, carregada de dores. Seria a mãe SAGRADA-FAMILIA.jpgdele?! Passando por Sear, ela o fitou...
Neste momento, ele lembrou- se! Cintilava nela aquele mesmo olhar materno da senhora que lhe havia sorrido trinta e Natal - Cascais - atrês anos antes, na Gruta de Belém.
À procura de Maria
Tomado por um enlevo indescritível, Sear saiu vagando pelas ruas. No final da madrugada, em meio às brumas, esbarrou num transeunte. Reconheceu-o. Era Pedro, o chefe dos pescadores, que, em prantos, repetia sem cessar: "Preciso encontrar a Senhora!" Aquelas palavras penetraram-lhe fundo na alma. Sentiu, também ele, a mesma necessidade premente: encontrar a mãe do Messias! Claro! Quem, a não ser ela, poderia socorrê-lo? Precisava encontrá- la. Mas... como? E Sear fez algo de que há muito tempo se olvidara: rezou. Javeh não deixaria de atendê-lo, se pedisse por intercessão daquela senhora.
Inocência restaurada
Dito e feito. Passados alguns dias, viu na rua outro discípulo do Crucificado. Chamava-se Tomé e andava depressa. Seguiu-o pelas ruelas estreitas até chegar a uma grande habitação. Abordou-o, confiante, suplicando-lhe que o apresentasse à Senhora. Vendo-o tão movido pela graça, Tomé acedeu.
Sear quase não podia acreditar no que aconteceu então. Sim, era aquela mesma régia Senhora que lhe havia sorrido quando criancinha, que agora lhe falava e o consolava! E restaurava sua inocência primaveril. Contudo, ele nem imaginava o que ainda estava por acontecer.
Estando as portas fechadas, surgiu um homem chamejante de luz. Em seu flanco, em suas mãos e pés, fulguravam chagas rubras.
Sear o reconheceu. Era o Crucificado.
Ouviu sua voz, viu Tomé pôr a mão numa de suas chagas sagradas.
E creu: o Senhor havia ressuscitado verdadeiramente.
Procurando Maria, ele encontrou também Jesus.
(Revista Arautos do Evangelho, Dez/2003, n. 24, p. 42-43)


domingo, 19 de dezembro de 2010

Ser Acólito



A Essência primordial do acólito
A palavra acólito vem do verbo acolitar, que significa acompanhar no caminho. Dado que se pode acompanhar alguém indo à frente, ao lado ou atrás de outras pessoas, acólito é aquele ou aquela que, na celebração da liturgia, precede, vai ao lado ou segue outras pessoas, para as servir e ajudar.
Quem é que o acólito acompanha e serve?
Em primeiro lugar acompanha e serve o presidente da celebração da missa, que tanto pode ser o bispo como o presbítero; em segundo lugar acompanha e serve o diácono, o ministro extraordinário da comunhão, seminarista ou outras pessoas que precisam de ser ajudadas durante a celebração. Noutras celebrações, acompanha e serve as pessoas responsáveis por essas mesmas celebrações.
Mais do que fazer muitas coisas para achar que se é acólito, é preciso sê-lo na sua essência. Um acólito na sua essência é alguém que tem prazer em servir a liturgia, da qual falaremos mais adiante. Um prazer que brota de uma amizade autêntica com Jesus.
Ninguém pode ser acólito por status, mas sim por vocação. Tu foste chamado para o serviço do altar, isso é uma sublime vocação. Porém, a vocação sendo um chamado primordial Divino, necessita ulteriormente de uma resposta do homem que é chamado.
Imaginemos o rei e os seus servos. O rei mesmo sendo rei, por humildade e também por necessidade se faz precisar de servos. Estes, por sua vez, servindo ao rei, tomam parte naquilo que é do Rei para melhor servi-lo. O acólito é um servo do rei Jesus, que presente na Eucaristia, se faz precisar de servos para manifestar o seu reinado na vida do povo através da liturgia da Igreja.
O acolitar não é um fato isolado, somente restrito ao domingo e/ou no dia em que o acólito estiver escalado para servir. É preciso ser acólito em todos os lugares através do testemunho de vida.
Óbvio que isso não quer dizer que tu, no teu trabalho, na tua escola, na tua casa, etc, andarás com um cartaz na mão dizendo: “-Eu sou acólito(a).” Mas esse slogan deve estar no teu coração, na tua consciência. Com certeza, todas as tuas atitudes, partindo desse pressuposto cordial e consciente em teu interior, falarão de Deus como consequência.
“O mundo está cansado de palavras, é preciso evangelizar com a vida”(Paulo VI). O serviço a Deus deve nos envolver por inteiro, em todas as esferas da nossa vida. Assim sendo, o serviço de acólito vai além do altar, vai para as ruas, para as escolas, para os escritórios. De maneira alguma isso deve ser um peso ou vergonha para ti, pelo contrário, é motivo de alegria e orgulho. Ainda que muitos não entendam e talvez até zombem de ti, o Senhor Jesus, Aquele à quem tu serves, dará ao teu coração a paz e a certeza de que vale a pena servi-lo.