SERVIR

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sábado, 10 de setembro de 2011

Esperam-me os Coroinhas


Esperam-me os Coroinhas
Por Padre Leo Trese


“Caríssimos irmãos e irmãs em Cristo, hoje trazemos uma bela história do padre Leo Trese sobre coroinhas (ML)”

Faltam cinco para as oito no relógio do presbitério. Antes de levantar-me, concluo com firmes propósitos a meditação da manhã.
Os coroinhas esperam-me na sacristia: Don, o dos cabelos ruivos e das mãos sujas de terra, como de costume; e Jimmy, o sardento, que, também como de costume, perdeu a batalha travada contra os seus cabelos rebeldes.
"Bom dia, padre", dizem-me em coro, respondendo a minha saudação. Terminado o meu lavabo, e depois de ter mandado Don fazer o seu, tomo o amito. - "Colocai Senhor, sobre a minha cabeça o elmo da salvação..." - (As breves frases que o autor cita são o começo das orações que o sacerdote pode rezar ao impor cada um dos paramentos litúrgicos para a Missa) - começo, mas, antes de acabar a oração, volta a aparecer o diabinho que tantas vezes atormenta os meus pensamentos.
Desta vez trata-se dos coroinhas.
Don, atrás de mim, enquanto deixa na toalha aquelas dedadas que deseperam a Irmã sacristã, pensa que há de vir a ser padre. Está ainda na 8ª série, e muitas coisas podem acontecer em doze anos, mas talvez seja uma das respostas ao meu memento diário na Missa para que haja muitas vocações nesta paróquia. Se as vocações sacerdotais não surgem dentre os coroinhas, de onde virão? Quem melhor do que eles pode escutar a voz de apelo que vem do sacrário?
"Branqueai-me, Senhor, e purificai o meu coração...,(início da oração que o sacerdote reza ao impor a alva) - mas o diabinho torna a fazer das suas. Percebo que Deus está tão interessado como o Papa ou eu mesmo em ver a sua Igreja abençoada com vocações suficientes. Disse suficientes? Abundantes seria melhor, pensando na liberalidade de um Deus que deixa cair mil bolotas para que possa nascer um só carvalho. Se as vocações não vingam, que é o responsável?
Um arrepio de culpa percorre-me a espinha enquanto aperto o cíngulo.
As fáceis desculpas habituais não se tem em pé: as famílias católicas são tíbias e só pensam em divertir-se. Já uma vez tentei enveredar por esses subterfúgios, mas não deu certo. Quem senão eu é responsável por essa falta de ambiente cristão nas famílias e pelo materialismo do meu rebanho? Tento encarar o assunto de frente. Se esta paróquia não concorre com a sua parte para as vocações sacerdotais, a responsabilidade será exclusivamente minha.
Significará que não tenho sabido cultivar as sementes que Deus lançou. Não dizem os teólogos que "a graça aperfeiçoa a natureza" ou coisa parecida? Para que a semeadura de Deus frutifique, o solo deve ser preparado e enriquecido, e os primeiros rebentos tem que ser cuidadosamente alimentados.
Enquanto coloco a estola, pergunto a mim mesmo se venho desempenhando bem o papel de administrador de vocações. Se os rapazes devem sentir-se atraídos pelo sacerdócio , então devemos fazer com que o sacerdócio seja uma coisa atraente."Pois caro!", como diria Jimmy.
O problema é que, para estes rapazes, o "sacerdócio" é uma coisa abstrata. Para eles, o sacerdócio sou eu. Se lhes agrada o que vêem em mim, ouvirão o doce chamado do Mestre. Mas vêem eles em mim a sobrenaturalidade do sacerdócio? Encontram-me ajoelhado diante do altar, quando vem ajudar à Missa, mesmo quando chegam meia hora mais cedo? Vêem-me assim outra vez, dando graças, quando se vão embora?
Assim é, na verdade, mas isso não é o suficiente, digo de mim para mim, enquanto prendo a estola com o cíngulo.
Os ideais destes moleques são tão "malditamente" altos e o seu instinto tão certeiro!...Ouviram falar, por exemplo, da suave caridade de Cristo, e bem sei que, inconscientemente, me comparam com Ele. Esta é uma das razões pelas quais lhes digo em tom afável:"Bom dia, meninos", antes da Missa e "obrigado, meninos", logo que ela termina.
Essa é também a razão pela qual cuido de dominar a minha impaciência, para que os seus erros humanos, os seus estouvamentos e leviandades não arranquem dos meus lábios uma repreensão amarga. Esse é o motivo pelo qual devo corrigir sem veneno e elogiar com generosidade.
Acompanho quase com suspiro as palavras "Senhor, Vós que dissestes: o meu jugo é suave e o meu fardo é leve...(Início da oração que o sacerdote reza ao colocar a casula)
São tantos os ingredientes de uma vocação que não me atrevo a omitir nenhum. Se os rapazes devem conhecer melhor o sacerdócio, devem conhecer-me melhor a mim. É por isso que, desde há muito tempo, cuido de instruí-los e orientá-los. É possível que não estejam tão bem arrumadinhos como quando a Irmã Ludwig se encarregava deles, mas consigo uma maior união enquanto celebro a Missa.
Não tenho agora desculpa nenhuma se volto a cabeça um pouco antes da Consagração e digo em tom sibilante: "por amor de Deus, toquem essa campainha!". Agora ganham consciência dos seus erros e expõem os seus problemas nas nossas reuniões semanais de caráter familiar.
Uma coisa me consola (o relógio diz-me que falta um minuto para as oito): os coroinhas não tem medo de mim. Nunca compreendi por que devia haver uma relação entre sacred(sagrado) e scared (assustado), embora as palavras pareçam semelhantes. Que alguém tenha medo de um padre é uma coisa horrível; mas que o tenham aqueles que espontaneamente a ajudam no altar é algo inconcebível.
Ninguém diz que não deva haver respeito pelas coisas sagradas e reverencia na sacristia. Mas se Eddie Higgin não resiste a contar-me, precisamente antes da Missa, que tem uma nova irmãnzinha, não posso imaginar que Cristo franza o sobrolho. Também eu não devo faze-lo.
Não devo esquecer nem mesmo os fatores humanos que podem fazer desabrochar uma vocação. Por causa do que chamam "culto ao herói", que ocupa um lugar tão importante na vida de uma criança, é difícil competir com o jogador de futebol ou com o cowboy favorito. Mas posso tentar. Para isso contribuem os nossos frequentes exercícios de natação no verão, os jogos de futebol no outono e os de hóquei ou os filmes no inverno.
Na minha pequena paróquia, com um dezena de coroinhas, esses programas não são difíceis de organizar. E nunca mais hei de sentir que perco o tempo ou que poderia aproveitá-lo para fins mais úteis.
Que pode ser mais útil do que um novo padre - exceto dois ou três?
E nestas cavilações passou o tempo sem eu dar por isso. Falta meio minuto para as oito e são horas de me dirigir ao altar.
Ao pegar o cálice e inclinar-me diante da Cruz, ocorre-me pensar que os clubes para moços são uma idéia eficaz, não por causa da sua organização, mas porque oferecem aos sacerdotes que os dirigem a possibilidade de fazer o que todos devíamos fazer sempre: trabalhar com todas as forças para encher as nossas fileiras.
A sineta da sacristia apanha-me com uma oração nos lábios: "que nenhuma vocação passe despercebida ou fique abandonada porque eu - pelas minhas palavras, pelo meu mau exemplo e negligência - deixei de dar plena ressonancia à voz do Senhor"

Fonte: Vaso de Argila

sábado, 3 de setembro de 2011

Cruz da Jornada Mundial da Juventude que acontecerá no Brasil em 2013 chegará em São Paulo dia 18/09


Evento acontecerá no Campo de Marte

Com a escolha do Brasil para sediar a Jornada Mundial da Juventude em 2013, na cidade do Rio de Janeiro, a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora peregrinam em todo o país a partir do dia 18 de setembro de 2011, quando ambos serão acolhidos na Arquidiocese de São Paulo. A festa será realizada das 9h às 21h, no Parque de Materiais da Aeronáutica (PAMA), próximo ao Campo de Marte, com shows, reflexões sobre a jornada e testemunhos de peregrinos que foram à Madri.
Às 16h, a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora chegam ao local e, em seguida, o cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, preside missa.
A cruz de madeira de 3,8 metros foi construída e colocada como símbolo da fé católica, perto do altar principal na Basílica de São Pedro, durante o Ano Santo da Redenção (Semana Santa de 1983 à Semana Santa de 1984). No final do Ano Santo, depois de fechar a Porta Santa, o papa João Paulo 2º deu essa cruz como um símbolo do amor de Cristo pela humanidade aos jovens.

Itinerário da cruz JMJ e do ícone de Nossa Senhora na Arquidiocese de São Paulo

Dia 18/9 (domingo)
15h30 – chegada ao Campo de Marte
21h – saída do Campo de Marte
22h – chegada à Catedral da Sé
Dia 19/9 (segunda-feira)
8h às 19h – a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora permanecerão na Catedral da Sé.
19h – Procissão com a Cruz e o Ícone, da Catedral à Igreja Nossa Senhora da Boa Morte.
20h – Celebração de acolhida na Igreja Nossa Senhora da Boa Morte. Durante a noite e a madrugada haverá vigília e peregrinação pelas ruas da cidade.
(Endereço: Igreja Nossa Senhora da Boa Morte – rua do Carmo 202, Centro. Fone: 3101-6889)
Dia 20/9 (terça-feira)
8h – Celebração de rua – Local: Cracolândia.
9h30 – Retorno da Cruz e do Ícone a Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte, onde permanecerá até às 13h30.
13h30 – Saída da Cruz e do Ícone para o Santuário São Judas Tadeu (Jabaquara).
15h – Missa de acolhida no Santuário São Judas (a Cruz e o Ícone permanecerão no Santuário durante toda à tarde, noite e madrugada).
(Endereço: Santuário São Judas Tadeu – avenida Jabaquara 2682. Fone: 5072-9928)
Dia 21/9 (quarta-feira)
7h – Missa e saída da Cruz e do Ícone do Santuário São Judas.
8h30 – Chegada da Cruz à Paróquia Imaculada Conceição (Ipiranga), com celebração de acolhida, orações durante o dia. A Cruz e o Ícone permanecerão na paróquia até às 16h.
(Endereço: Paróquia Imaculada Conceição – avenida Nazaré 993, Ipiranga. Fone: 2914-4066)
17h30 – Chegada e acolhida da Cruz e do Ícone no Arsenal da Esperança onde permanecerão durante a noite e madrugada. (Participação dos Monges do Mosteiro de São Bento)
(Endereço: Arsenal da Esperança – Rua doutor Almeida Lima 900, Brás. Fone: 2292-0977)
Dia 22/9 (quinta-feira)
7h – Saída da Cruz e do Ícone do Arsenal da Esperança.
8h30 – Chegada e acolhida da Cruz e Ícone na Paróquia de Santana (onde permanecerão até o fim da noite).
(Endereço: rua Voluntários da Pátria 2060, Santana. Fone: 2979-5558)
Dia 23/9 (sexta-feira)
Diocese de Guarulhos. Início da peregrinação pelas demais dioceses do Estado de São Paulo.